cheguei até aqui. criei um mapa de papel e terra. sua casa. uma casa. estou em trânsito. o som do vento me leva. e os cheiros. e a água. você fala de invisíveis. indizíveis. é só a necessidade de entender o mundo. não é possível. ainda assim. como quando enxergo niemeyer em ouro preto. provocação. outras relações. experiências e conhecimento. tudo é assim. mas há um desejo de transformação. prefiro o silêncio de uma cidade branca. espaços sem fim. ainda assim vejo os olhos de ermenita e reencontro a capacidade de amar. ilusão. como a arte? não tenho como fugir disso. quero ir até o fim. vejo uma cordilheira de papel. torres de argila. compridas como giacomettis. não paro de ter ideias. viajar sempre. de novo? para ver o mundo. são perspectivas do vazio. perfis de pigmento e pó. daqui para onde vou? perguntas. melhor que respostas. ainda assim preciso saber de alguma coisa. aqui e agora. podemos fazer nosso lugar. recortei um pedaço do espaço onde ouço o canto de um pássaro do hemisfério norte. aqui é o sul. aqui é onde quero estar. um ateliê. uma praia de pedras. por isso não paro de criar. para respirar. para entender das coisas. de alguma coisa. eu quero descansar olhando matisse. há o tempo ali. meu tempo é denso. tantos tempos. paro por aqui? vi a placa: aluga-se. ainda não. é só o começo. e o fim dele? pode ser assim. verdades absolutas são para os descrentes. o olho é o rei. é o que sei. penso numa arquitetura do olhar. um olhar informado que constrói e desconstrói. como minha mão. é mais mental. não é uma crença. uma imagem do som. e do mundo. meninos na rua. pedras no chão. gravei uma ideia num tronco de árvore. vai ficar aí. não como cristal. é um veio para uma seiva. uma possibilidade. um caminho em que muita gente se reconheça. ou não. mas daqui para onde vou? ah!…
Cláudio Cretti
Aluga-se
Fundar espaços de arte é uma idéia muito poderosa para esse grupo de artistas que se reuniu por primeira vez em uma casa para alugar, para apresentarem seus trabalhos. O resultado desse encontro, além da própria exposição, foi um ciclo de palestras e oficinas que durou vários meses.
A partir daí, a idéia de criar situações para a arte ao invés de esperar que elas aparecessem, foi se ampliando e se ramificando e organiza o pensamento do grupo em seu trabalho hoje.
Ou seja, o que ficou da primeira experiência do Aluga-se é a certeza de que a auto organização e a construção de estruturas alternativas para apresentação de ações, é um importante caminho para apresentação do seu trabalho.
Por outro lado, o convite institucional também é muito bem vindo e uma conseqüência deste trabalho. É o caso desta exposição no Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Serão expostas obras de dezessete artistas, quinze do grupo e mais dois artistas da cidade. O Aluga-se se apresenta sempre com convidados.
Qual o lugar da arte, quem a valida, quem pode participar, são perguntas que ao contrário que restringirem as ações, impulsionam estes artistas ao trabalho.
Renata Cruz
continuem assim.bom trabalho
muito bom gostei